Mas, afinal, o que é um cronópio?
Cronópio é uma das inúmeras maravilhas criadas por
Julio Cortázar. O termo aparece pela primeira vez em 1952, no título de um
artigo sobre Louis Armstrong (*). Dez anos depois, o livro “Histórias de
Cronópios e de Famas” apresenta os cronópios como “objetos verdes e úmidos”,
protagonizando 20 histórias, ao lado dos famas e das esperanças.
Personagens de
ficção, metáfora para poetas e loucos, criaturas sensíveis e idealistas que
“perdem a conta dos dias”, que seja. Nada melhor do que definir um cronópio
através de uma de suas histórias:
“Agora acontece que as tartarugas são grandes
admiradoras da velocidade, como é natural. As esperanças sabem disso e não
ligam. Os famas sabem e caçoam. Os cronópios sabem e, cada vez que encontram
uma tartaruga, puxam a caixa de giz colorido e na lousa redonda da tartaruga
desenham uma andorinha.”
(*) CORTAZAR, Julio. “Louis, enormíssimo cronópio”,
em A volta ao dia em 80 mundos – tomo
II. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
Ouça o próprio Cortázar lendo
o texto aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário